segunda-feira, julho 10, 2006

Porta XIII

Caminho no patamar da morte,
Não a desejo nem a evito: Vivo nela.
Por vezes sinto a minha respiração a evaporar
E uma pedra lascada no peito que rasga meus sonhos.
Quando sorrio quebro a imaginação que me faz viver,
Se tento chorar arranho meus sentimentos,
Sou a verdade da mentira que se oculta por detrás do irreal.
Quando sonho penso que não estou a dormir
E se acordo apercebo-me que a vida não passa de um sonho:
Interminável para quem a percorre, breve para quem a perde.
Nunca ninguém me disse o quanto é difícil,
Todos cospem soluções amarguradas
Para problemas que não foram feitos para serem solucionados.
Quebramos o véu da inocência e partimos para longe,
Para um lugar vago e ameno onde caminhamos com apatia.
Caminhamos num patamar acima do mundo,
Onde tudo nos é familiar e conflituoso,
Onde as dúvidas não terminam e as respostas não se alteram.
Quando somos nós que alcançamos a morte ela abandona-nos,
Ficamos perdidos na sua imensidade…
Aguardando que ela chegue até nós e nos leve para a realidade.

A vida não passa de um sonho: Acordem-me.